Tenho pensado tanto acerca deste assunto e cada vez mais chego á conclusão de que as coisas só fazem sentido de uma forma. Agora dá me para as metafísicas, que hei de fazer?! Ando preocupada em conhecer melhor o mecanismo das coisas, os "comos e os "porquês", o "porque foi desta maneira e não de outra?", o que me trouxe até aqui e o que espera daqui por diante. Sim, eu sei que me devia preocupar com o aquecimento global, com o orçamento de Estado, com os milhões de criancinhas a morrerem á fome por esse mundo fora mas se eu não começar por entender o que está mais ao meu alcançe, como posso querer abranger situações sobre as quais não tenho controlo quase nenhum?
Já fiz a enorme descoberta de que Deus não se restringe a uma única religião, nem que escuta só aqueles que O adoram e que não está limitado entre quatro paredes dentro de uma igreja. Descobri que Deus está dentro de cada um de nós e que nós somos Ele e que se juntassemos todas as pessoas do mundo poderiamos ver, desta forma, as multiplas faces de Deus.Para quem foi criada a ouvir o que diz a Igreja, nada mal até agora. Auto descoberta. Dezoito valores numa escala de 1 a 20.Claro que nem toda a gente concordará,mas esta é a minha forma de pensar. Não concebo que quando alguém fale de Deus,olhe para cima. Porque não olham para baixo? Porque não dizem:"Deus lá em baixo olha por nós?" . É um sítio tão bm como outro qualquer. Mas não. Lá em baixo está o mafarrico com o seu tridente e as suas calças de cabedal, calçado com as suas botas "dêmode" pé de cabra. De modo que decidi que o sítio ideal para Deus estar, não era nem acima nem abaixo de mim, mas DENTRO de mim.
E os anjos? Ahhh esses estão á minha volta e falam me á consciencia e ao coração . É aquela vozinha que me adverte para qualquer perigo, a que me dá força quando tenho medo. Olham por mim e por toda a gente, porque toda a gente tem um anjo da guarda mas poucas pessoas os ouvem. Ou não querem acreditar que os possuem. É tão mais simples acreditar naquilo que é palpavel e se pode facilmente provar! É cómodo, os sentidos ficam realizados mas e por dentro? Como fica a nossa alma? Com um vazio a mais e uma sensação de não satisfação. E é desta maneira que muita gente leva a vida, sem se aperceber dos abalos que sofrem os alicerces da nossa alma. E um dia, quando forem velhinhas ou estiverem á beira da morte, vão se aperceber de que houve qualquer coisa que lhes faltou na vida. Não foi dinheiro, porque sempre viveram sem necessidade, não foi amor, porque construiram uma família, foi... faltou qualquer coisa que não sabem definir. Não escutaram porque os ouvidos delas não quiseram ouvir. Não pararam porque o tempo era curto. E no entanto, basta nos parar um pouco para escutarmos aquilo que os anjos e o nosso Deus têm a nos dizer.
Há sempre momentos na vida que são uma encruzilhada. Quando olho para trás, penso nas minhas encruzilhadas como uma paisagem: vejo os caminhos possiveis a seguir como as minhas alternativas. Uma clareira com várias opções de caminho: esquerda, direita, frente e retaguarda.Há caminhos que me pareçem mais faceis e bonitos. Outros são sombrios e tenho medo de os seguir. Acabo sempre por ficar sentada na clareira á espera de um sinal que me ajude a decidir (gosto de pensar que nesses momentos estou a tentar ouvir o que me diz o Deus que trago dentro de mim).Invariavelmente escolho um caminho, quero o mais fácil, mas sou frequentemente levada a trilhar o mais dificil. Por "coincidências". É como se eu quisesse seguir o caminho mais bonito e brilhante de todos, aquele que tem as arvores mais bonitas com os melhores jogos de sombras e dou por mim a ir por aquele que eu não queria, aquele que assusta, do género floresta assombrada. Mas depois, quando consigo chegar ao final desse caminho, apercebo me, de que o caminho que me conduziu até aqui só podia ter sido esse, como se estivesse assinalado com uma seta a néon que eu não conseguisse ver na altura e só me apercebesse dela depois.Fui conduzida pela mão de Deus e não me apercebi. Ele confortou me quando tive medo, amparou me de todas as vezes que caí e ensinou me que basta estar muito atenta a todos os sinais para seguir a vontade de Deus, que no fim de contas, é a minha vontade de ser feliz. E hoje sou feliz. Sei que percorri o caminho certo apesar de ter pisado alguns espinhos. Sei que os continuarei a pisar vida fora, mas alguém uma vez disse: "o caminho é feito ao andar" e para avançarmos temos que andar e não podemos ter medo.
Ás vezes também penso no que teria sido a minha vida se tivesse seguido pelo caminho mais fácil e deslumbrante. Teria sido melhor? Pior? Não sei e acho que nunca saberei.
Porque chegei aqui e como aqui chegei? Já tenho uma ideia mas não sei se será definitiva.