...da forma mais inesperada...

Terça-feira, 27 de Fevereiro de 2007

Morar sozinho é fixe! Muito cool! A sensação de independência, de termos a nossa vida e a nossa própria casa. Doce liberdade.

Quando era uma teenager (insconsciente, claro) imaginava me a dividir a casa com as amigas. As do coração. Como na série "Friends" em que vivem todos contentes e satisfeitos a partilhar quartos, cozinha e casa de banho e a entrar em casa uns dos outros sem pedir licença, de tão amigos que eram. Mas há medida que fui crescendo, apercebi me de que tinha uma necessidade territorial assim um bocadinho grande. Ninguém entra na minha toca sem ser convidado. Se fosse um animal, seria uma leoa em África, mijando aqui e ali para marcar território, esparramada debaixo da sombra de uma árvore a pintar as garras e ai de quando me desse o cheiro a intrusos no terreno! Auuuurrrr!

De facto, viver sozinho tem as suas vantagens. Podemos sempre andar nús e de peugas em casa (super fashion), não fazermos a cama durante um mês(até o colchão ganhar bolor), as refeições podem muito bem resumir se aos "4saltis" mandados á pressa para dentro de uma frigideira(viva a fast food!), o comando da tv não desaparece do sítio(magia) e não temos que baixar a tampa da sanita sempre que queiramos fazer xixi, pois o macho alfa-dominante neste caso não existe, ou se existe ainda não lhe permitimos o domínio do nosso território. Podemos também experimentar todo o tipo de indumentárias e maquilhagens sem corrermos o risco de alguém nos perguntar se nos perdemos do nosso circo.

Os meus amigos quando vão lá a casa, dizem sempre que tenho a mania das limpezas, assim um ligeiro complexo pano do pó/esfregona. Não sou propriamente a Gata Borralheira. Na minha casa os ratos não se transformam em cocheiros nem as abóboras em carruagens e nem a minha fada madrinha de dá um vestido de alta costura para sair á noite mas não gosto muito de viver no meio da dessarumação. O meu chão de casa está sempre tão brilhante que até dá para fazer sapateado nele e as cores dos tapetes já estão meio desbotadas de tantas vezes serem lavados.

Quando se vive sozinho não se dessaruma muito e sabemos sempre onde temos as coisas. Não temos maridos ou namorados a deixarem toalhas ensopadas em cima da cama ou cuecas pelo chão nem filhos montados no nosso jarrão da dinastia Ming. E aos domingos não temos que nos preocupar com o almoço de família, pois ele está ali mesmo:dentro do frigorífico á nossa espera.

Claro que nem tudo é perfeito. Morar sozinho também tem as suas desantagens. Quem é que alomba com os sacos das compras? Quem é que despeja o lixo? Nós!!! E quem é que nos resolve aquele pequenos problemas domèsticos que têm a ver com martelos, chaves de fendas, pregos e paafusos? E já agora, que mal pergunte, de onde é que raios saiu esta água toda assim de repente? E como é que a parva da dobradiça da porta se partiu e agora faz mais barulho que um porco em dia de matança? Faltou a luz?! Então e agora onde é que é o quadro?Pois é. É nestas alturas que só tenho vontade de ir correr para a igreja para me casar com um carpinteiro, um electricista ou um canalizador.

Confesso que tenho um amor quase platónico pelo homem do gás. Um homem que sobe três andares com uma bilha ás costas, só para eu poder tomar o meu luxuriante banho de imersão, bem que podia ser o homem da minha vida. Mesmo que essa subida tenha implicado antes uns quantos olhinhos de carneiro mal morto e uma vozinha de cristal:" Não me pode levar isso lá a casa? É que eu não tenho força...Válá! Vá lá! vá lá!" Um a zero, ganham as mulheres.

Morar sozinho também implica que podemos fazer a decoração da nossa casa á nossa maneira. Estilo art déco, manuelino ou rocócó. Como quisermos. Eu cá tenho a paranóia dos quadro. A minha casa qualquer dia pareçe o museu do Louvre. Martelo aqui, prego ali, esfolo além mas no fim fico feliz. Sim, missão cumprida! Prefiro martelar do que furar uma parede com um berbequim (por falar nisso, não acham que berbequim é nome de peixe? "hoje comi berbequins grelhados"). Nem tenho forças para segurar naquilo, que treme por tudo quanto é lado. E com a minha grande habilidade manual, ainda me aparafusava ao chão ou fazia uma trepanação em alguém.

E quanto ao carro? Aquele veículo de quatro rodas e um volante que nos transporta para todo o lado? Também tem as suas vantagens morarmos sozinhos e termos um carro só nosso. Primeira: sabemos sempre onde o estacionamos (exepto naquelas noites em que pensamos que fomos trazidas a casa pelo Kit); podemos ter os cds mais pirosos no porta luvas, para ouvirmos nos momentos de depressão a olhar o mar; o cinzeiro pode estar atafulhado de beatas de cigarro que ninguém se queixa e podemos fazer manobras perigosas sem que ninguém nos chateie(por exemplo, arrancar com o travão de mão ligado ou reduzir directamente de 5ª para 3ª). É o nosso grande amigo. Leva nos a todo o lado, de cú tremido, sozinhos ou acompanhados. Mas...e quando resolve dar problemas?

Em primeiro lugar, o que é isso de inspecção e revisão periódicas? Não sabia que os carros também tinham que estudar. Por isso, meu menino, vê lá se te aplicas na revisão da matéria para depois passares na inspecção. Pastilhas para os travões? Será que preferem Chicletes ou Gorila?Pneu sobressalente e macaco? Pensava que os macacos viviam nas árvores e comiam bananas. Não sabia que tinha um jardim zoológico no porta bagagens. E a parafernália de coisas que existem debaixo do capot? Tantos tubinhos, fios e cilindros com tampas. Tens sede? Bebe água. Talvez uma imperial de vez em quando não te faça mal.A única coisa que sei fazer no meu carro é meter lhe gasolina, rezando para que metade não me caia para os pés. Muita e de uma vez só que é para não ficar para aí apeada no meio de nenhures. Nem tão pouco sei fazer as contas ao que ele consome. Se adorasse contas, seria contabilista.Uma vez despejei lhe um frasco inteiro de limpa vidros para dentro. Se limpava os vidros de casa, melhor limpava os do carro. Andei 3 semanas a ver a estrada com neblina matinal.

E não adianta fazeres chantagem comigo, saxomobil, e acenderes aquela luzinha vermelha quando eu estiver a fazer a viagem da minha vida, porque o máximo que vais ganhar com isso é que um tipo suado e musculado te escarafunche as entranhas. E não vais querer isso, pois nõa meu querido? Bem me parecia. Por isso vai lá. Conduz me onde me guiem os meus pezinhos, o meu coração e a minha carteira e deixa te de tretas.

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publicado por Carlita às 20:32

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