Hoje estou toda muito romântica (xiii!! que este post vai ser cá uma daquelas aberrações...vou já avisando!). Os disturbios hormonais hoje deram me para isto!
Escorregei certamente ali numa pedrinha da calçada, bati com a cabeça e não me lembro.
Lembrei me (isso sim!) de há quanto tempo não danço um slow, (foleiro, foleiro mas eu gosto) de há quanto tempo não recebo um raminho de flores, de há quanto tempo não tenho um tête á tête á luz das velas, de há quanto tempo não oiço alguém chamar me carinhosamente por um nome qualquer estapafúrdio terminado em "inho(a)": ("amorzinho", "docinho", "fofinha", "princesinha"...) e de há quanto tempo não faço essas coisas todas juntas!!!! Nem uma de cada vez, quanto mais querer tudo de uma assentada só!
É que estas coisas não matam mas moem!!! É tudo de bom ser uma trintona solteira e independente mas também nós, mulheres modernas, somos seres humanos. Temos carências afectivas que o chocolate não resolve.
E convenhamos que para estas coisas não pode ser um magano qualquer. Não senhora!!! Tem que ser alguém especial. Alguém que faça o nosso coraçãozinho empedernido voltar a bater. Alguém com quem sintamos arrepios em cada roçar de mãos. Alguém que nos faça sentir a mulher mais bonita á face da terra. E isso, meus amigos, não se encontra ali ao virar da esquina, como os MiniPreços.
Sinceramente, desejava voltar a apaixonar me. Perdidamente. Desejava ser capaz de voltar a cometer loucuras por amor (aqueles actos insanos que só um coração apaixonado é capaz de fazer). Anseio por isso. Quer dizer, não é algo que eu ande por aí á espera que aconteça todos os dias, aliás, tenho quase a certeza que quanto menos estiver á espera, o amor bate me á porta: "Noc! Noc! Darling I´m hoooomeee" , mas que gostava de sentir novamente a emoção de estar apaixonada outra vez, isso gostava.
Como foi com o meu ex namorado. Agora sei que posso falar nisso sem me sentir magoada ou sem que algo se quebre dentro de mim. Porque já não sinto mágoas nem dor com o passado, Caramba! Já passou tanto tempo... E como eu estava apaixonada! Porque será que nunca nos apercebemos da paixão a não ser apenas quando já estamos completamente enleados nela?
Há tempos atrás, estive a conversar com uma amiga que tem assim uma espécie de "relacionamento á distância". Dizia me ela, triste, que as coisas já tinham tido melhores dias e que ás vezes lhe apetecia desistir de tudo, apesar do que ainda sente pela outra pessoa.
Imediatamente me identifiquei com ela. Entendi a sensação de cansaço e frustação que por vezes se apodera de nós e se torna mais forte que qualquer outro sentimento. Apeteceu me dizer lhe que as relações á distância funcionam perfeitamente bem na teoria, mas na prática as coisas são bem mais complicadas. Apeteceu me dizer lhe que é preciso que as duas pessoas saibam exactamente o que esperar de uma relaçao assim, que muitas vezes criam se expectativas de ambas as partes que fracassam com o tempo; que no ínicio tudo pareçe superável e que temos forças para enfrentar os maiores obstáculos mas que vamos esmorecendo com o alongar da situação.
Não é fácil.
Limitei me a dizer lhe para ter calma e não fazer de tudo uma tempestade num copo de água, que dias melhores viriam e que como iam passar o Natal e a passagem de ano juntos, ia certamente amenizar as coisas. Fui uma cobarde. Não tive coragem para lhe dizer que quando as coisas já estão nessa fase, mais cedo ou mais tarde, os mesmos problemas, medos e dúvidas voltam a instalar se e acabam por fazer mossa. Nâo tive coragem para lhe dizer que não acreditava que a relaçao dela durasse muito mais tempo. Acho que não foi bem cobardia...simplesmente não quis deitar mais lenha na fogueira, porque sei bem o quanto custa querermos acreditar com os resto das nossas forças numa coisa em que nos empenhamos tanto e ouvirmos alguém dizer nos:" não sei bem o que é que esperas daí...". É um balde de água frio completamente desnecessário, até porque nós próprias temos verdadeira consciencia do que se passa. Simplesmente, fechamos os olhos e esperamos por dias melhores...que acabam por não vir.
Devo dizer que apesar de ter deixado de acreditar em muitas coisas, ainda consigo acreditar que a distância não consegue separar duas pessoas que se gostam verdadeiramente. Pessoalmente, sei que não cometerei o erro de me envolver novamente com uma pessoa com quem não puder partilhar o dia a dia, mas mesmo assim, cá bem no fundo do meu coração, ainda acredito que o amor supera o tempo e a distância. Quem já esteve afastado fisicamente de uma pessoa durante um certo periodo de tempo e mesmo assim sentiu o coração acelerar e o corpo tremer á primeira troca de olhares, sabe do que estou a falar. Não adianta lutar contra isso. Também não adianta construir ilusões. É uma coisa com a qual tem que se aprender a viver. As contradições fazem parte da natureza humana.
Quando me voltarei novamente a apaixonar?
Talvez um dia.
Ou não.