Sabem bem estes primeiros dias de chuva. Apesar de nos tornarem mais suceptiveis a estados deprimentes e nostálgicos, a verdade é que sabe bem estar em casa e a ouvir a chuva a cair lá fora. Deixar que uma bebida quente nos aqueça as mãos, enquanto descontraimos de uma semana de trabalho. O "dolce fare niente"...
No entanto, e dadas as circunstâncias actuais, é inevitavel um sentimento intenso de nostalgia e tristeza. Acho que em cada despedida há sempre algo de nós que o outro leva com ele e no fim de tantas despedidas, sentimo-nos sempre um pouco vazios, um pouco receosos, um pouco confusos, um pouco em falta. Há alguma coisa que se sente que se perdeu e apesar de sabermos que depois da tempestade, algures brilhará o sol, sentimo-nos extremamente vulneraveis e frageis.
Faz-se o balanço e descobre-se que haveria sempre coisas que poderiam ter sido diferentes. Talvez haja de facto um "destino", um designio qualquer que nos conduz a determinadas situações com o pretexto de evoluirmos sempre mais um bocadinho. Talvez esteja escrito que certas pessoas tenham que entrar nas nossas vidas para aprendermos com elas e elas conosco. Talvez...
Talvez a nossa vida seja pontuada de dias de chuva para nos podermos alegrar e dar mais valor aos dias de sol.