...da forma mais inesperada...

Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009

Apesar de ser uma mulher moderna, há coisas em que me considero um bocadinho demodê.

 

Por exemplo, não sou muito de ligar á tv. Talvez por isso seja uma das poucas pessoas que ainda não aderiu á Tv Cabo, Meo ou Zon. Senti me verdadeiramente ultrapassada quando ao ver o noticiário da hora de almoço, passaram uma reportagem sobre a pobreza em que viviam algumas pessoas moradoras num bairro do Porto e vi que, apesar de não terem as mínimas condições de habitabilidade nas casas, uma delas tinha instalada a parabólica do Meo. Humpt... Apetecia me agora tecer aqui uma data de comentários sociais menos abonátórios, mas vou me abster disso. Algumas coisas irritam me profundamente nesta sociedade estúpida em que vivemos mas hoje não me apetece ganhar rugas por isso.

 

Adiante. Como estava a dizer, pouco ou nada ligo á televisão. Ligo-a únicamente a partir das 20h-21h e alterno entre o telejornal da SIC, as séries da RTP2 até ás 22h e depois oiço distraidamente alguma novela em qualquer canal enquanto faço os meus passeios virtuais pela maravilhoso mundo cibernáutico.  Entre isto, lá vou deitando o olho aos anúncios televisivos.

Já tinha aqui deixado uma vez um comentário sobre os anúncios de publicidade que passam na nossa televisão. Há os que primam pela originalidade e há outros que metem medo ao susto de tão básicos que são.

Há anos que me lembro de ver na tv o mesmo género de anúncio a uma determinada lixívia, sempre no mesmo formato: estampa se desastradamente com um nódoa das piorzinhas numa peça de roupa e e enquanto a dona de casa olha para aquilo com cara de poucos amigos, miraculosamente aparece-lhe ao lado, uma senhora com uma t-shirt cor de rosa, com um boiazinho nas mãos, que promete combater até á nódoa mais teimosa.

Confesso que se fosse eu, tinha um bocadinho de medo... Estar em casa, a por calmamente a roupa na máquina e de repente aparecer-me do nada a fada madrinha das lixivias com uma caixinha a prometer me mundos e fundos, punha me os nervos em frangalhos. Se reparem bem, a caixinha é sempre a mesma, raramente muda de formato, só o nome da lixivia é que parece torna-la descendente real, de tão comprido que é: a simples lixivia em pó passou a ter os poderes do oxigénio, depois aumentou se lhe o poder com o oxigénio plus e mais tarde associaram lhe o brilho faiscante e ofuscante do diamante. Lá mais para a frente, hão de descobrir outra coisa miraculosa para lhe acrescentar. É por isso que eu quando vou ao supermercado comprar detergentes para a roupa, loiça ou um simples shampoo e amaciador, fico como um boi a olhar para um palácio: dá se me um nózinho no cérebro e  horas depois,  acabo por escolher os mesmo produtos de sempre.

 

Considero estupidamente ultrapassada quando vou a qualquer café e peço uma simples Coca-Cola e me perguntam se quero Coca-Cola Diet, Ligth e mais umas panelerices quaisqueres. Epahhh...quero uma Coca-Cola, ponto final. Se é ligth, se lhe tiraram o açucar ou metade do gás, para mim tanto se me dá. Cresci a beber um único tipo de Coca-Cola e nunca me queixei.

 

Graças a Deus também ainda não fui contagiada pela Bimbymania. A famosa máquina é daquelas modernices que ainda não me entrou em casa e não me parece que tão depressa lhe vá abrir as portas, pelo menos enquanto gostar de de cozinhar.

Toda a gente faz refeições na Bimby, faz bolos na Bimby, faz gelados na Bimby, faz compotas na Bimby e sim... até fica tudo muito bom, porque já provei mas pergunto me qual é o objectivo. Perde se a melhor parte da coisa, que é a de preparar a refeição, escolher os igredientes, saber combina-los, saborea los enquanto se cozinham (e eu então, que  gosto tanto de mexer tachos e panelas com as colheres de pau).  Se for uma refeição preparada a dois, melhor ainda... Qualquer dia, não precisamos uns dos outros para dar continuidade á espécie: metem se os "ingredientes" na Bimby e sai de lá um bébe em final de gestação.

 

Com tamanha tacanhice, que será de mim daqui a uns 50 anos? Deverão existir carros que voam em autoestradas aereas e eu hei de teimar em conduzir um chasso velho (mas seguro, atenção!) nas autoestradas terrestes, pela via da direita. Devem inventar um forma nova de nos alimentarmos, sem esforço fisico, e eu hei de querer continuar a dar ao dente e a querer saborear a comida.  E os meus netos e bisnetos vão achar que eu estou ultrapassada, bla bla bla e vão perguntar se como foi possivel a (bis)avó ter sido feliz em tempos em que faltava comodidade e tantas outras coisas essenciais no dia a dia (como os carros que voam ou a transmissão de pensamentos).

 

É assim a sequência das gerações.

 

 

publicado por Carlita às 15:46

Quarta-feira, 19 de Agosto de 2009

Uma mulher realmente, passa por muito.

 

Pior que ser micada por homens quando se está num sítio ( e olhem que não é assim a coisa mais agradavel do mundo, sobretudo se forem daqueles que estão mesmo a pedir  para lhes perguntarmos se se esqueceram dos binóculos ou do telescópio em casa), descontraída de vida, a dançar e a beber uns copos com as amigas, é sentir se escrutinada do cima ao fundo por outras mulheres. Devem nos analisar desde o cabelinho mais curto que nos esteja a nascer na cabeça até a unha do dedo mindinho do pé, aquela em que o verniz teima sempre em saltar primeiro e que não nos dar um ar muito fashion.  Certamente que  arranjam sempre um defeitozinho qualquer para nos apontar, sobretudo, se estivermos bem dispostas a rirmos, minimamente bem vestidas  a dançar: ou os sapatos não combinam com a carteira, ou temos um decote pindérico, ou temos celulite, pés de galinha (os meus são ainda de pintainho...ahahahaha!)  e pontas espigadas no cabelo. Ás vezes, os cotovelos têm aquelas dores chatas...chatas....

 

Sempre que me apercebo que estou a ser alvo de olhares femininos indiscretos, ainda faço pior. Ainda mais danço, ainda mais rio, ainda mais me mostro,ainda mais sacudo as ancas. Ora tomem lá! Quem vos manda estarem aí feitas múmias, sentadas,a beberem por copinhos com sombrinhas chinesas e a destilarem veneno e maledicência, por pura inveja? Porque não levantam o  big ass de onde estão e dão também uns pezinhos de dança? Fazia-vos bem... Libertavam as toxinas... e a ruindade.

Não adianta. Quanto mais olharem e cochicharem, mais me aumenta o ego e a vontade de picar.

Há tempos atrás, num destes fins de semana, estava mesmo a ver que eu e a M. quase tinhamos que ir fazer uma lap-dance, para  cima de uma mesa de 3 "amigas" que não nos tiraram os olhos de cima a noite toda. Assim, podia ser que vissem tudo o que havia para ver e nos deixassem em paz.

 

Confesso que tive medo de acordar no dia a seguir com barba e bigodes, sem cabelo, desproporcionada das pernas,com uma mama maior que a outra. Quiçá transformada numa adoravel sapinha fémea...Sim,porque aqueles olhares mortíferos eram tudo menos amistosos. Eram aqueles olhares típicos de quem está mesmo a pensar:" Cabronas de merda... têm a mania que são boas...ksss! kssss!" . E se  o pudessem ter feito, acreditem, por estas alturas já estaria a partilhar uma linda folha de nenufar com a M. Croc! Croc!!

 

Queridas, eu tinha manias dessas era antes... porque agora...uiiii!!! agora tenho é CERTEZAS!  Portanto, poupem lá em invejice esse vossos lindos neurónios e façam nos funcionar a vosso favor.

 

Mulher que é mulher, saberá sempre utilizar as armas que Deus lhe deu.

 

sinto-me: Endiabrada
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publicado por Carlita às 15:31

Segunda-feira, 10 de Agosto de 2009

Chegou o Verão e com ele todo o caos inerente e típico do Algarve, nesta altura: as filinhas interminávais para aqui e para ali; carros estacionados em 2ª e 3ª fila; os carrinhos dos supermercados atufalhados até ao cimo conduzidos por pessoas desvairadas; as típicas idas ao Centro de Saúde no final do dia, depois da praia, do banho e do jantar, com maleitas e agravos imaginários.

 

As belas praias algarvias enchem se de chapéus de sol de todas as cores e tamanho e por baixo destes as toalhas, as geleiras, as raquetes, o colchão insuflavel, as braçadeiras para "os meninos" mais as pázinhas e os baldinhos e também a avó, que não pode apanhar sol (porque já está velhinha, coitadinha) mas que baixa as alças do fato de banho para bronzear os ombros, enquanto faz renda e espia os netos por cima dos óculos. Ao redor do sombrero, espalham -se mais ou menos de forma concêntrica a família interminável: com os putos a correrem e a encherem de areias as pessoas num raio de 1km que acabaram de sacudir a toalha e passarem protector e com alguns familiares que já tinha idade para dar o exemplo mas passam boa parte do tempo a malharem com os costados na areia molhada numa tentativa de darem mortais encarpados para a água.

 

No outro dia tive MESMO que ir ás compras. Confesso que nessa altura tenho um pavor mortal de entrar em qualquer superfície comercial. Encho me de suores frios e de neuras manhosas só de imaginar a possibilidade de andar a chocar com o meu carrinho com as rodas empenadas e cheio de vontades próprias nas canelas de veraneantes mais distraídos que fazem as compras em fato de banho. Então, depois de muito ponderar, lá me decidi que iria fazer as minhas necessitadas compras não numa tarde de sábado ( "porque deve haver imensa gente e não tenho paciência para isso") mas sim, num domingo de manhã, partindo do príncipio lógico e racional que numa bela manhá dominical de sol e calor, as pessoas haveriam de estar a tostar ao sol e não a fazer compras. 

 

Saio de casa, ás 10h de um domingo, alegre e feliz da vida, a cantar e a assobiar, com o braçinho de fora, enquanto mentalmente fazia a lista do que precisava. As vontadinhas de cantorias passaram me logo no momento em que entrei no parque de estacionamento do supermercado e me apercebi que não havia lugares e apenas estavam na rua 3 ou 4 carrinhos para as compras. WTF?!!! Porque é que não estão todos a banharem-se nas águas calientes do algarve? Porque não estão todos a tomar o pequeno almoço numa esplanada, a comerem Dons Rodrigos ou bolinhos de maçapão recheados com doce de ovos? A fazerem palavras cruzadas ou embrenhados numa maratona de Sudoku? Ide... Levai lá os vossos chapéuzinhos de sol a tiracolo (os mais machistas podem delegar essa tarefas para as esposas e irem assobiando descontraidamente, de mãos nos calçoes até chegarem á praia porque afinal, ela até já vai carregada com o saco de praia, a geleira e a tentar segurar os putos, não lhe custa muito também levar mais uma coisa), calçai as vossas havaianas e ide-vos deleitar e derreter sobre o aconchegante sol do sul do país. De passagem, levai também as vossas criançinhas endemoniadas e birrentas que deixam um rasto de destruição e areia por onde passam e libertai as superficies comerciais, as padarias e os talhos. Afinal, foi para isso que vierem para cá... Certo?

 

Já suspeitava que me ia irritar um bocadinho... só um bocadinho, coisa pouca. Fiz as minhas parcas compras tentando não me incomodar com a barulheira infernal do ambiente, conduzindo habilmente um carrinho manco e enquanto esperava que duas famílias que impediam a livre circulação de trânsito acabassem a conversa que tinha entabulado entre as melãncias e a carne para o churrasco, vim a saber que a cunhada de uma não pode vir este ano de férias porque tinha "tido o menino há pouco tempo" e que o sogro de outra tinha sido operado de urgência á apêndice. Certamente teria ficado a saber mais segredos cabeludos destas duas famílias tipicamente portuguesas, se não tivesse educamente pedido para me deixarem passar.

As filas nas caixas de pagamento, que numa altura normal do ano, já são assim coisinhas horripilantes, nesta altura batem todos os records. Hão de haver sempre em todo o lado aquela espécie de pessoas que se consideram mais espertos que o comum dos mortais e deixa o carrinho a marcar lugar, guardado pelo puto e vão acabar de fazer as compras. Graças a Deus, nesse dia, não me tocou nenhum desses, mas na fila  da caixa ao lado, o fenómeno estava a acontecer.

 

A manhã infernal de compras foi rematada em beleza por duas criaturas muito penteadinhas, de risco ao lado, com uns papelinhos numa mão e uma espécie de pochette na outra,com aquelas roupinhas típicas de quem vai-ver-a-Deus, que vim a descobrir estavam encostados no meu carro e deduzi acertadamente que iam tentar impingir me uma merdice qualquer. Enquanto metia as compras no porta bagagem do carro, eles tentavam aliciar me para uma nova religião, alegando a omnipresença de Deus e ameaçando me com os caminhos sinuosos e tortuosos para o inferno (lá acharam que eu tinha cara de pecadora... o numero da besta já eu o tenho...no telemovel...será que conta?) .

-"Não acredita em Deus, menina?"- perguntaram me, já no fim, porque sinceramente não sei que deduções eles tiraram dos meus hum-hums e acenos de cabeça ocasionais.

-"Olhe, da maneira que isto está hoje ( e apontei para o supermercado) já não acredito é em nada..."

Fechei o porta-bagagens, meti-me no carro e abram alas para o Noddy que já cumpri a minha pena este fim de semana.

 

Verão que é verão não podia estar completo sem as summer-partys e o MantaBeach. Este ano confesso que ainda não pus lá as patinhas. Quer dizer... as patinhas até lá estiveram, mas a kilometros de distância da entrada, integradas numa fila descomunal que se me afigurava estar ali para durar. Quando o segurança começou a avisar que a lotação da casa estava quase cheia e que só por obra e milagre de Deus aceitavam mais pessoas, pegei nas minhas lindas patinhas, dei meia volta com elas, pu las a carregar nos pedais do carro e fui menear o esqueleto para outras bandas. Eu sei... eu sei que a tia Maya sentiu a minha falta, que desiludi os fãs e que certamente os fotógrafos deram todos pela minha ausência( afinal, do que viveriam eles se não vendessem fotografias minhas sempre de olhos fechados?) mas desculpem me lá se não tenho connects no jet7, se não tenho o nome nas guest-lists (mais umas paneleirices quaisqueres) e se me fartei de esperar mais de 15 minutos para pagar e entrar para um sítio a abarrotar de gente. Da minha parte, não fiquei com muita vontade de lá voltar.

 

Até ao final (quase oficial) de mais um verão, restam 3 semanas. Pode ser que tenha tempo ainda para me ir bronzear um bocadinho, já que perdi o lindo tom dourado que tinha adquirido em Junho. Agora, o meu bronze é feito debaixo de uma lampada fluorescente,14 horas por dia, a ver o sol através da janela e a levar com os raios de luar no curto espaço que levo a sair do trabalho para entrar em casa.

 

sinto-me: a ver estrelinhas
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publicado por Carlita às 17:28

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