Gosto de sentir a vida. Gosto de sentir o coração a bater, a adrenalina a correr me pelas veias. A exitação de não saber o que se vai passar.Isso que me faz sentir viva.
Não me queixava eu da rotina do dia a dia, em que tudo é igual um dia após o outro,e outro e outro?Não queria emoções fortes? Então toma! Este fim de semana bati o record de todas as emoções. Se fosse cardíaca, as minhas coronárias nao teriam resistido e a esta hora estaria a caminho da quinta das tabuletas.
Sim. Foi um cenário de indiscritivel beleza...Num momento era euzinha, pessoa racional, com forma humana e no momento a seguir tinha me transformado num belo fogo de artífcio, com direito a foguetes de lágrimas no final e tudo. Fui o milho que virou pipoca, redonda, crocante e estaladiça, a fazer saltar a tampa da panela. A doninha fedorenta levantando a cauda. A cascavel sacudindo o guizo. Fiz me entender?
Tive o meu "esperado" e adiado encontro imediato do 3º grau. Ou antes, de 1º grau. Tal qual como previ: chispas de lume saindo me pelos olhos, fumo pelo nariz, e um fogo diabólico saindo me da boca. Socorro!Tinha me transformado num dragão! Crescei me uma cauda, uns corninhos e o copo da imperial transformou se num tridente.O sapatinho de Cinderela foi substituido pelos pés de cabra. Mudei a frequencia do meu estado de consciência, definitivamente. O meu coração não entrou em assistolia nesse dia, o que me faz pensar que provavelmente depois disto, vou viver para aí até aos 150 anos.
Quando é que eu, borboletinha guerreira e teimosa, vou conseguir aprender a controlar as minhas emoções? Sim,sim, dizer as coisas sem ser atropelada pelo meu coração?
Primeiro ponto: visualização da criatura. Temperatura do sangue: em ebulição; Tensão arterial:á beira do colapso: Frequencia cardiaca: em fibrilhação ventricular.Acabava de ser sacudida por um terramoto, talvez um tsunami porque desatei a suar como se tivesse acabado de correr a maratona. Entro em conflito com as minhas duas personagens: a Carla racional e a sentimental. Essas duas que nunca se hao de entender. A Carla racional assume o comando e ordena:
-"Vá, dirijes te ali e vais ser imensamente cordial. é uma coisa perfeitamente facil de fazer." Levito até ao local. Á outra, á sentimental, fervem lhe os nervos e ataca:
-" Deixa me fazer isto á minha maneira,está bem?Faço o meu numero de Lara Croft, dou dois mortais até ao candeeiro, caio lhe em cima do pescoço e estrangulo o com as minhas pernas. Posso?"
-"Não sejas parva!!!Mas enlouqueceste?"- responde a racional
-"Ohhh vá lá...entao e se fizer de exterminador implacavel?Trouxe os oculos de sol."
A coisa até corre pelo melhor. Um a zero e ganha a Carla racional, no primero round.
É por esta altura que começa a metamorfose. O fogo de artificio começa a ser montado, o milho começa lentamente a virar pipoca e aquele bichinho adoravelmente felpudo e querido que habita dentro de mim, começa a transformar se no bicho papão, digno do melhor filme de terror. Pior: a Carla emocional, essa desiquilibrada, insiste na paranoia:
-" Não és mulher não és nada se não o fizeres neste momento. Vá...Deixa me tomar conta da situação."
Pronto, está bem, está bem. Se eu fizer isso, páras de me azucrinar a cabeça?Então óptimo. Arma lá o teu circo e deixa me em paz.
E pronto! Meninos e meninas,o espectáculo vai começar! Que assitiu diz que foi lindo. Para entrar no filme do exorcista, só me faltava mesmo era rodar a cabeça 360º, porque a voz diabolica já eu a tinha. Que mais há a dizer? Ao longo do violento combate, ganhou a Carla emocional por muitos pontos de avanço!
Senti me depois leve como uma pena. Flutuando. Seria da bebida? Provavelmente também. Tinha dado largas ás minhas emoções e elas levaram me para muito longe (acho que beberam Red Bull),completamente metamorfesada numa espécie nova, uma mistura de mulher das cavernas com animal selvagem, "carla profundamente enraivecidi irritadarius vulgaris".
Retomei o meu ritmo cardíaco no dia a seguir. Nas cenas dos próximos episódios, já não vão poder assitir novamente a este espectáculo, da natureza, porque raramente se dá na minha vida. Eu avisei. Tivessem comprado bilhetes com antecedencia.